Anna Friel, Emma Raducanu, Ewan McGregor, Myleene Klass e Jason Isaacs, de White Lotus, estão entre os famosos que enfrentaram stalkers em casos chocantes de obsessão e perseguição.
O stalking, ou perseguição obsessiva, tem sido um problema recorrente entre celebridades, muitas vezes causando traumas psicológicos, mudanças na rotina e a necessidade de medidas legais para proteção. Para especialistas, esse tipo de comportamento pode parecer inofensivo no início, mas rapidamente evolui para situações graves e até perigosas.
Entre os casos mais recentes, está a atriz Anna Friel, que foi alvo do stalker Phil Appleton, de 71 anos. Durante dois anos, ele enviou mensagens insistentes, visitou sua residência e deixou presentes indesejados, causando forte impacto emocional na atriz. Já o ator Ewan McGregor precisou obter uma ordem de restrição contra Angelica Gorentz, que o assediava com mensagens obsessivas e chegou a viajar para tentar acessar a casa de sua ex-esposa.
No mundo do esporte, a tenista Emma Raducanu interrompeu uma partida em Dubai ao reconhecer um homem que a havia perseguido anteriormente, o que mostra como a perseguição pode ultrapassar o ambiente virtual e se tornar um risco real. Já no universo da música, a cantora Myleene Klass sofreu assédio por meses, recebendo presentes perturbadores, como fantasias e até uma pistola de ar comprimido, de um homem de 60 anos que acabou sendo levado a julgamento.
Um dos casos mais extremos foi o do ator Jason Isaacs, conhecido por seu papel em White Lotus. Ele sofreu perseguição por uma década e chegou a temer por sua vida, relatando que a polícia falhou em fornecer a proteção adequada. Ele conta que foi aconselhado a tomar medidas absurdas, como nocautear sua perseguidora ou abandonar sua carreira. Apesar das ordens de restrição, o assédio persistiu, levantando o debate sobre a efetividade das medidas de proteção para vítimas desse crime.
O especialista em direito criminal Davi Gebara explica que o stalking muitas vezes começa de forma discreta, com mensagens aparentemente inofensivas, mas pode rapidamente se tornar uma invasão agressiva da privacidade. “Muitas vítimas não levam a sério os primeiros sinais e acabam esperando demais para buscar ajuda. Quanto antes a perseguição for interrompida, menores as chances de escalada para uma situação mais grave”, alerta.
No Brasil, o crime de stalking foi tipificado pela Lei nº 14.132/2021, que incluiu o artigo 147-A no Código Penal, prevendo pena de até dois anos de reclusão e multa. No entanto, a punição pode ser agravada em 50% se houver ameaça com arma, envolvimento de mais de uma pessoa ou se a vítima for menor de idade, idosa ou mulher. Além do stalking presencial, o cyberstalking tem se tornado cada vez mais comum, facilitado pelo anonimato da internet.
Gebara ressalta que, para garantir a proteção, é essencial que as vítimas ajam rapidamente. “A melhor forma de interromper a perseguição é reunir provas e denunciar o mais cedo possível. Muitas vítimas hesitam, mas quanto antes as autoridades forem acionadas, maiores são as chances de impedir que o stalker avance para algo mais grave”, finaliza.
Jessica Estrela Pereira 11940747166 [email protected]
Bem Ironico